OAB-AM empossa primeira mulher presidente da Comissão Indígena

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A ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM) realizou na terça-feira (16/08), uma solenidade de posse dos membros da Comissão de Amparo e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas. A advogada Adriana Inori foi
empossada como presidente da pasta.

Inori, da etnia Kanamari, será primeira mulher indígena a presidiar uma comissão em defesa dos povos originários.

A solenidade aconteceu na sede da Escola Superior da Advocacia (ESA),situada na rua são Benedito, bairro Adrianópolis, zona sul.

Na sessão de posse da presidente da comissão, houve a tradução em tempo real para a língua Kanamari, da qual a presidente da comissão, Adriana Inory, faz parte.

Além de Inory, outros quatro membros da comissão também tomaram posse, como o psicólogo Ezequiel Tikuna, como membro consultivo, a intercionalista da etnia Baré, Suelem Fidelis Pinto, e o mestre em antropologia e professor universitário na Universidade Federal do Amazonas, Jaime Moura, da etnia Desana, que por motivos pessoais não pode comparecer à cerimônia.

A presidente da comissão, Adriana Inory, falou sobre como esse momento, que é histórico tanto para OAB-AM, como também para a população originária, é importante para a representação feminina. Ela ressalta que essa posse é uma abertura de espaço não só para a classe feminina, mas também, para as mulheres indígenas.

“É muito importante porque eu consigo perceber que estamos dando pequenos passos em uma sociedade que ainda é machista e que, agora, está aceitando uma mulher como presidente de uma comissão indígena, que é uma responsabilidade muito grande. Agora percebo que sim, que está sendo feita uma abertura de espaço para as mulheres e, principalmente, para as mulheres indígenas”, afirmou.

Para Manoel Charube, da Organização Univaja do Rio Javari, esse momento é de protagonismo e ocupação de espaço no âmbito da jurisprudência, ele destaca que a nova presidente da comissão indígena, Adriana Inory, é uma representante dos povos originários e que esse momento, que marca a história, é simbólico para os povos indígenas.

“A gente tá construindo um protagonismo dentro da jurisprudência, bem como é um espaço importante que estamos ocupando. Eu diria que a Dra. Adriana não é somente uma pessoa jurídica, mas sim uma representante dos povos indígenas. Esse momento é histórico e significa muita coisa pra gente, pois abre espaço de debate no que diz respeito aos direitos dos povos indígenas”, declarou Charube.

Comissão

De acordo com a presidente da comissão, Adriana Inori,a pasta tem como objetivo resguardar o direito dos povos indígenas, bem como fazer a voz dessa importante parte da sociedade ser ouvida. Além disso, a comissão também tem projetos a serem desenvolvidos ao longo do triênio, como palestras e cursos, que vão promover o conhecimento e reflexão sobre a influência da cultura indígena, além é claro, o de promover debates sobre sustentabilidade e meio ambiente.

Participantes

Participaram da mesa a agora presidente da Comissão, Adriana Inoy, Fernando Cruz Coelho, vice-presidente da comissão indígena, Carlos Alberto Ramos, diretor da ESA, Manoel Charube, da Organização Univaja do Rio Javari, Ezequiel Tikuna, Vice-Presidente dos Movimentos dos Estudantes Indígenas do Amazonas – (MEIAM), Maria Lenir Pinheiro, Secretária da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente, o advogado da etnia Tariano, Adelson Lima Goncalves, a tradutora, Lediane Kanamari, a advogada Yeda Furtado e o Secretário Geral Adjunto e Corregedor Geral da OAB-AM, Plínio Nogueira.

Fotos: Felipe Martins

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